TEMPOS EXAUSTOS: A COMPULSÃO POR PRODUÇÃO

Andre Alves
12 min readOct 16, 2021

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Philip Cheung, Setembro 2020, Harper’s Magazine

“Nervos debilitados provocam a neurastenia: não deixe que o excesso de trabalho debilite o seu organismo, porque o cansaço psíquico e intelectual o levará, fatalmente, à neurastenia”. O anúncio é do século passado, mas poderia ser de hoje.

Um dos grandes paradoxos do início dos anos 2020 é habitarmos um mundo em que tantos estão sem trabalho enquanto muitos outros vivem no excesso de trabalho, dicotomia brutalmente intensificada pela pandemia da COVID-19. Paralelamente, também avança uma epidemia silenciosa de depressão e ansiedade. O sujeito contemporâneo trabalha demais e deprime-se demais, uma condição que está intimamente ligada à origem da neurastenia.

Descrita pela primeira vez na segunda metade do século XIX, a neurastenia foi caracterizada pelo neurologista George Beard como um estado crônico de esgotamento físico e mental. Ao questionar-se sobre as razões da frequência tão expressiva da neurastenia nos EUA, Beard acreditava que as causas estavam no modo de vida americano, sujeitos que trabalhavam demasiadamente e viviam em ambientes agitados demais. A vida moderna parecia estar produzindo novas formas de sofrimento, perspectiva essa que inclusive influenciou Freud.

Se inicialmente Freud descreveu a neurastenia como uma administração insatisfatória da economia sexual e geralmente ligada à masturbação, mais tarde vai relacionar o aumento da neurastenia com os efeitos nefastos da civilização sobre a sexualidade. O viés sociocultural introduzido por Beard na compreensão da neurastenia estará presente na “nervosidade” de uma civilização intrinsecamente patogênica regida por uma moral sexual, ideias desdobradas em textos como “Futuro de uma ilusão” (1927) e “Mal-estar na civilização” (1930).

Resumindo muito, há mais de 100 anos já se discutia o trabalho como fonte de um tipo específico de sofrimento. Mas hoje, a Neurastenia parece ter sido substituída por significantes como a ansiedade, a depressão e, a grande estrela, o burnout.

Burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, foi descrita como distúrbio psíquico pelo psicólogo Herbert Freudenberger em 1974 e, em 2019, oficializada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como doença crônica. Desde a Revolução industrial, a humanidade tenta lidar com os problemas derivados do excesso de trabalho, mas o esgotamento atual leva o sujeito contemporâneo a novos patamares. De acordo com um estudo feito pela OMS e pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) com dados de 150 países, mais de 745 mil mortes no mundo foram causadas pelo burnout só em 2016. Como dizem os japoneses, karoshi, ou simplesmente “morrer de tanto trabalhar”. Gradativamente, o esgotamento vai se tornando mais letal e mais estrutural.

Entre a neurastenia, a nervosidade e o burnout, quando o trabalho não vai bem, podemos presumir que o pacto social também não anda lá essas coisas. Na psicanálise, trabalhar é um pilar fundamental da vida em civilização, já que também se trata de renunciar às pulsões instintivas do indivíduo para fazer algo no coletivo, selando assim o pacto social. Quando o trabalho está em descontrole, o pacto civilizatório vai se tornando pesado para os sujeitos e, no limite, beira o rompimento.

Como escreveu o psicanalista Hélio Pellegrino em Édipo e Liberdade (Folha de São Paulo), “se o trabalhador for desprezado e agredido pela sociedade, tenderá a desprezá-la e agredi-la, até a um ponto de ruptura.” Se diariamente sentimos que a sociedade atual não vai bem — ou até flerta com o colapso — esse espírito do tempo está intimamente ligado à crise nas relações de trabalho.

Ainda que o excesso de trabalho e a exaustão venham se tornando um problema de saúde pública, muitos dobram a aposta no discurso do “faça o que você ama e nunca se sentirá trabalhando”, narrativa especialmente apreciada pelo empreendedorismo meritocrático da indústria da tecnologia tão popular nos anos 2010. Se Freud estabeleceu a capacidade de amar e trabalhar como síntese da saúde mental, o tecnoliberalismo instituiu o amor ao trabalho como síntese da vida. Mas amar — e cultuar — o trabalho acima de tudo e de todos não parece estar dando certo. Como diz o meme, “trabalhe com o que você gosta e nunca mais gostará de nada”.

O delirante culto ao propósito

Nas últimas décadas, o universo do trabalho foi regido pela figura da startup, empresas geralmente pautadas por longas horas de trabalho, escritórios-clube povoados por microempreendedores e trabalhadores temporários, digitalização por todos os cantos. Tudo em nome da inovação e do senso de impacto. A imagem do tubarão de Wall Street ávido por dinheiro foi sendo substituída por gurus high-tech teoricamente preocupados com a criação de um mundo melhor. É uma parafernália complexa, movida à especulação, autoexploração e exclusão, elegantemente empacotada por um significante muito sedutor: o propósito.

É uma dinâmica que chama de microempreendedor aqueles que desempenham trabalhos informais como única opção para garantir condições básicas de sobrevivência. Motoristas, entregadores e personal shoppers de aplicativos passam por um rebranding e suas condições precárias de trabalho passam a ser chamadas de flexibilidade, ainda que cheguem a passar até 15 horas trabalhando. Como escreveu a socióloga norte-americana Tressie McMillan Cottom, “o discurso é inclusivo, mas as condições de trabalho são predatórias”.

Nessa direção, o mal-estar do trabalhador que esgota a si mesmo e também os recursos do mundo foi eclipsado por uma aura simbólica que confunde cansaço com senso de realização. Nesse contexto, o sujeito contemporâneo se convence e é convencido de que está mudando o mundo. Lucro para alguns, propósito para todos.

Como resume Adam Neumann, co-fundador da empresa de espaços compartilhado de trabalho WeWork e grande expoente da era de tech-gurus, é sobre “trabalhe até cair”. E muitos caíram, simbolicamente e literalmente, resumindo sua vida às suas funções, desempenhando um verdadeiro culto ao trabalho — o Trabalhismo.

Workism / Trabalhismo é a ideia de que o trabalho se tornou a peça central da identidade e da cultura atual a ponto de ser tratado como religião. Para além da sobrevivência e do pacto social, torna-se promessa de sentido da vida e transcendência. O termo foi cunhado pelo jornalista Derek Thompson no artigo Workism Is Making Americans Miserable (Trabalhismo está tornando os americanos miseráveis) no The Atlantic. O artigo foi publicado em 2019, mas seu título poderia muito bem ter saído das páginas de George Beard sobre as origens da neurastenia.

Do ponto de vista da idolatria, tratar o trabalho como religião é uma ótima jogada para quem se beneficia do trabalho alheio. No lugar de ir à missa aos domingos ou meditar 30 minutos diariamente, o sujeito dedica pelo menos 40 horas semanais ao seu novo deus. Jornadas ilimitadas se tornaram o dízimo da devoção ao trabalho e à tecnologia. Mas essa divindade vem falhando, já que tempos digitais hiperindividualizados e acelerados também são ainda mais pautados pela desigualdade e exploração, além de deprimentes e psiquicamente insustentáveis para o sujeito.

O que tudo isso revela sobre o tempo em que vivemos? Que talvez estejamos vivendo uma cultura infantilizada demais, perigosamente viciada em trabalho e na qual o Eu Ideal foi anabolizado e entorpecido, pronto para alienar qualquer forma de opressão em nome do discurso do propósito. Nesse contexto, o burnout não é mais um lugar que se visita e do qual se retorna, mas a residência permanente de uma cultura que está ocupada demais. Ou, como diz a internet, “sem tempo irmão”.

Exaustos de estarmos exaustos

Nos tempos do cansaço comupulsivo, o trabalho remoto é frequentemente apresentado como a solução mágica para garantir a satisfação dos trabalhadores. Trabalhar em casa teoricamente significa trabalhar menos, ficar perto da família e não perder tempo com deslocamentos. Mas com o atravessamento da pandemia, o sujeito contemporâneo está condenado a um ciclo infinito de maratonar episódios de séries, mensagens em redes sociais e reuniões remotas. Trabalhar em casa passou a significar trabalhar o tempo todo — o home office virou hell office.

Ainda que essa não seja a realidade da grande massa, todos nos sentimos cansados de alguma forma. E a pandemia escancarou os limites dessa fantasia até para quem está atrás das privilegiadas e exaustivas telas. Se trabalhar cansa, o trabalho remoto esgota e exaure, como aborda a obra do filósofo Byung-Chul Han, “o pai da Sociedade do Cansaço”, inclusive em seu recente texto The Tiredness Virus (O Vírus do Cansaço):

O trabalho termina em algum momento. A compulsão por realização a que nos submetemos vai além desse ponto. Ela nos acompanha nos momentos de lazer, nos atormenta mesmo durante o sono, e muitas vezes leva a noites sem dormir. Não é possível se recuperar da compulsão por realização e desempenho. É esta pressão interna, especificamente, que nos deixa cansados. Há, portanto, uma diferença entre cansaço e exaustão.”

Com a solidão do distanciamento social pandêmico, o sujeito se mantém preso em uma egolatria sem fim. No lugar de olharmos nos olhos do outro, vemos apenas as telas que projetam nossa própria imagem, nos colocando em um ritmo frenético de vida entre-telas que nos faz experimentar uma espécie de selfie ininterrupta no narcisismo do Zoom. Produzimos mais e nos esgotamos ainda mais — tudo voluntariamente.

No tecnoneoliberalismo, como Han descreve, a sociedade disciplinar de Foucault de Disciplina e Punição dá espaço a uma lógica de autoexploração que anda de mãos dadas com o ideal de liberdade. O que nos esgota não é uma coerção externa, mas o imperativo interno de render cada vez mais. “As mídias sociais transformam todos nós em produtores, empresários cujos Eus são os negócios. Ela globaliza a cultura do ego que corrói a comunidade, corrói qualquer coisa social”. É a performance global e permanente do ego na qual o trabalho não é mais focado na produção de bens materiais, mas sim pautado pela exploração da personalidade como commodity, pela aspiração de criar marcas pessoais. E é aí que se desenha uma cisão entre trabalho e desempenho e performance, como Han descreve em O Desaparecimento dos Rituais:

A compulsão da produção traz consigo a compulsão de um bom desempenho. O desempenho difere do trabalho em termos líbido-econômicos. No caso do trabalho em si, o ego não precisa tomar o centro do palco. No caso do desempenho, no entanto, o ego se relaciona especificamente consigo mesmo. (…) A relação narcisista com o eu constitui a performance, a libido do ego governa o sujeito da performance. Quanto melhor ele atua, mais ego ele ganha. Freud, nós sabemos, associou a libido do ego com a pulsão da morte. O sujeito narcisista da performance se rompe por causa de um acúmulo fatal de libido do ego. Ele se explora voluntariamente e apaixonadamente até se desfazer, se otimiza até a morte.”

Se a única certeza do século XXI parece ser o cansaço, também paira no ar um sentimento de que ninguém aguenta mais. Assim como muitos que afirmam sofrer de depressão, o sujeito contemporâneo exausto também se autodiagnostica buned out, se medica com o que o setor farmacêutico oferece ou mesmo com as duvidosas soluções que indústria do bem-estar vende. Cansado? Medite, cuide da pele, faça exercícios, cuide das plantas — são infinitos os rituais do chamado autocuidado que prometem diminuir o som e a fúria que vem de dentro. E, claro, aumentar a produtividade. #lifehacks.

As atividades de relaxamento também acabam sendo absorvidas pela lógica do consumo e do desempenho. No ritmo dos likes, EUs anabolizados acabam consumidos até pela performance dos cuidados com a exaustão. Afinal, ninguém pode deixar seu desempenho cair, mesmo que isso signifique a própria ruína psíquica.

Afinal, queremos parar?

Se por muito tempo o stress e a precarização do trabalho pareciam efeitos colaterais “mínimos”, que atingiam “apenas” as periferias do trabalho tecnológico, hoje suas consequências estão mais evidentes para muito mais pessoas, inclusive para quem tentou vender o sonho da uberização do trabalho. A medida que o tecnoneoliberalismo avança no mundo e na história, fica mais evidente que a compulsão pelo desempenho não é apenas uma consequência, mas sim a regra do jogo.

Autores como os psicanalistas Vladimir Safatle e Christian Dunker vêm trabalhando como o triunfo do neoliberalismo só foi possível a partir da administração do sofrimento como forma de aumentar a produtividade. Mais do que um discurso social, foi preciso internalizar os princípios empresariais de performance e autoavaliação em todos os campos da vida do sujeito. Dessa forma, a empresa poderia nascer no coração e na mente dos indivíduos. Se George Beard entendeu a neurastenia como consequência da vida moderna, o sofrimento psíquico extremo é um pilar do contemporâneo.

Como Safatle desdobra em Neoliberalismo como gestão do sofrimento psíquico, a racionalização empresarial do desejo coloca o sujeito em um trabalho interno constante. Nessa lógica, muitos vão inclusive buscar tipos de tratamento que calem os questionamentos em nome da grande meta: atingir ou voltar a alcançar o desempenho máximo:

“As técnicas de steps, de foco, de gerenciamento de ‘capital humano’, de ‘inteligência emocional’, de otimização de performance que tinham sido criadas nas salas de recursos humanos das grandes empresas agora faziam parte dos divãs e consultórios. Nem todos tinham percebido, mas não estávamos apenas falando como empresários de nós mesmos. Estávamos transformando tal forma de organização social em fundamento para uma nova definição de normalidade psicológica. Nesse sentido, tudo que fosse contraditório em relação a tal ordem só poderia ser a expressão de alguma forma de patologia. Patologizar a crítica era simplesmente mais um passo.

Se a neurastenia freudiana foi associada à masturbação, há um caráter da repetição mortífera aqui também. O artigo de Fábio Luís F. N. Franco Uberização, aceleração frenética e pulsão de morte aprofunda esse debate ao relembrar que essa economia libidinal é sempre desmedida, em excesso — “o que Lacan identificaria como uma das modalidades de gozo: o mais-de-gozar. Ao tentar ser ‘a mais de si’, o trabalhador não faz outra coisa senão repetir o mesmo, indo sempre atrás do ‘a mais’ que lhe garantirá existência — em troca, entrega saúde, prazer e até a vida”.

No balanço final, o burnout está mais para burn in, porque é uma condição em que o sujeito se implode. Nas dinâmicas de realização e otimização compulsivas, é como se o sujeito cindido se perguntasse o tempo todo “estou em chamas?” ao mesmo tempo que responde a si mesmo “eu gosto ou tenho de gostar do calor”. Narciso pode ter se afogado em um lago, mas no burnout, o sujeito arde nas chamas da pulsão de morte e nas labaredas do inferno do Eu. Nessa psique devastada, resta apenas narcisismo e a substituição do desejo pela demanda. E tudo perde então o sentido.

A crise do sentido

A relação com o sentido do trabalho esconde uma dança complexa entre desejo e gozo. O desejo é a expressão de uma falta que faz o sujeito se movimentar de objeto em objeto em busca de satisfação. Enquanto isso, o gozo é aquilo que circunscreve o excesso, a repetição incessante à qual se torna impossível renunciar. O desejo tem a ver com o questionamento fundamental que nos tira o chão: “afinal, o que eu quero fazer da minha vida?”. Mas será que sobra espaço para o desejo nas maratonas de produção desenfreada e consumo compensatório?

A crise do sentido (e do desejo) é um traço cultural que responde ao “circuito infernal da demanda” em que nos encontramos. O império do gozo inunda o psiquismo com coisas e atividades que nos proporcionam prazeres dopamínicos curtos e irresistíveis. E quando o prazer é imperativo, extingue-se o prazer. No imperativo de gozo atual, o sujeito não sabe mais se realmente quer ou se está apenas respondendo a demanda de um outro, da propaganda, do que quer que seja. Consequentemente, não sobram muitas brechas para a análise desses conflitos internos ou para a autorreflexão.

Se o trabalho não deveria ser “tudo isso” na vida do sujeito contemporâneo, o que deveria ser? Qual é o seu lugar? Nem só fonte de sobrevivência (que ironicamente se torna mortífera), nem sentido absoluto da existência. Afinal, uma coisa é buscar propósito no trabalho; outra é fazer do trabalho o único propósito da vida.

Talvez seja a hora de finalmente tentar dar novos contornos ao trabalho; e embarcar na tentativa de ajudar sujeitos a se reposicionarem em relação aos seus desejos. Trabalhar cansa e vai seguir cansando. Mas acreditar na hipótese de sujeitos desejantes é, de certa forma, sonhar uma sociedade e uma existência que sejam menos exaustivas. Que alívio seria, não?! Ufa!

Referências bibliográficas

  • COTTOM, Tressie McMillan. (2020) The Hustle Economy. Dissent Magazine. https://www.dissentmagazine.org/article/the-hustle-economy
  • DUNKER, Cristian (2020) A hipótese depressiva. In Neoliberalismo como Gestão do Sofrimento. Safatle, Silva e Dunker, Belo Horizonte: Autêntica.
  • FRANCO, Fábio Luís F. N. (2021) Uberização, aceleração frenética e pulsão de morte. Revista Cult, edição de abril, São Paulo.
  • FREUD, Sigmund (1969). Sobre os fundamentos para destacar da neurastenia uma síndrome específica denominada ‘neurose de angústia’. In S. Freud, Edição Standard Brasileira das obras psicológicas completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago. 2019
  • HAN, Byung-Chul. (2017) Sociedade do cansaço. Giachini, Enio Paulo.
  • HAN, Byung-Chul. (2018) A Expulsão do Outro. Relógio D’Água.
  • HAN, Byung-Chul. (2020) The Disappearance of Rituals. Polity Press.
  • HAN, Byung-Chul. (2021) The Tiredness Virus. The Nation. https://www.thenation.com/article/society/pandemic-burnout-society/
  • PELLEGRINO, Hélio (1983, 11 de setembro). Pacto edípico e pacto social. Folha de S.Paulo, São Paulo
  • PEREIRA, Mario Eduardo Costa (2002). George Beard: neurastenia, nervosidade e cultura, Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental 5, São Paulo. https://www.scielo.br/pdf/rlpf/v5n1/1415-4714-rlpf-5-1-0170.pdf
  • SAFATLE, Vladimir (2020) A economia moral neoliberal e seus descontentes. In Neoliberalismo como Gestão do Sofrimento. Safatle, Silva e Dunker, Belo Horizonte: Autêntica.
  • THOMPSON, Derek. (2019) Workism Is Making Americans Miserable. The Atlantic. https://www.theatlantic.com/ideas/archive/2019/02/religion-workism-making-americans-miserable/583441/
  • ZIZEK, Slavoj. Pandemic!: Covid-19 Shakes The World. New York: OR Books, 2020

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Andre Alves

escritor, psicanalista, consultor e pesquisador na @floatvibes, hub de cultura, comportamento e estratégia. e apaixonado por chás @realmrtea.